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terça-feira, 30 de março de 2010

Simone de Beauvoir e a Palavra

Foto: Google Imagens. Blog "Historiando".

"Quando falamos algo real, que mobiliza e que faz muito sentido, pode fazer o outro que escuta refletir, mas realmente só ouve quem quer transformar."
Cintia Liana

"Para quem está atento, só uma palavra é suficiente para uma grande mudança."
Cintia Liana


"Estive pensando que a maldade não está nos olhos de quem vê, mas nos olhos de quem não consegue entender o que lê."
Mônica Montone


"...Arqueira por excelência, as palavras são minhas flechas. Tanto podem salvar, como matar..."
Mônica Montone

"Descobri Simone de Beauvoir quando tinha 19 anos e me apaixonei"


Infelizmente tem gente que está no mundo somente a passeio com discursos pobres, vazios, infantis, repetições tolas e ultrapassadas, frases feitas emprestadas (mal feitas), nem se ouve ou questiona sua repetições e ainda acha que está dizendo algo importante. Um ex-psicoterapeuta meu, médico *Taoista e homeopata excelente, que me tratava com homeopatia desde os 3 anos de idade, chamava isso de gente que ainda está na fase do "thathibithathi".
Mas temos a fortuna de ter gente no mundo para revolucionar com suas palavras, seus ensinamentos e insights, para trazer o novo. Nós mulheres, chegamos a esse patamar graças à mulheres como Simone de Beauvoir.
Desde pequena gostava de gente assim, ousada, crítica, que não é uma vítima da industrialização humana, a primeira que me chamou a atenção foi minha mãe.
Que bom que "filha de peixe peixinho é".
(Provérbio popular também é cultura e nunca se torna obsoleto)

*Uma escola de pensamento filosófico chinês que se baseia nos textos do Tao Te Ching atribuídos a Lao Tse e nos escritos de Chuang Tse. (Wikipédia)

Por Cintia Liana



Painel de fotos feito por Mara Push: Simone de Beauvoir

"Por vezes a palavra representa um modo mais acertado de se calar do que o silêncio." (Simone de Beauvoir)

"Não se pode escrever nada com indiferença." (Simone de Beauvoir)

"Não se nasce mulher: torna-se." (Simone de Beauvoir)

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“Na verdade, não importa saber até que ponto o pensamento de Beauvoir é correto ou não. Mais relevante é aceitar-lha o desafio: através da literatura, aproveitar a oportunidade de “trocar” idéias, de se tornar disponível às exigências dos outros, não para... absorvê-las ou rejeitá-las, mas reconhecendo criticamente as diferenças individuais, salvaguardar o máximo possível a essencial liberdade de cada um.”


Fonte do parágrafo acima: http://www.simonebeauvoir.kit.net/

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"Musa com Cérebro"
Foto: Nelson Algren


"Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir - mais conhecida como Simone de Beauvoir (Paris, 9 de janeiro de 1908 — Paris, 14 de abril de 1986) - não precisava ter o belo corpo, fotografado quando ela estava com 42 anos pelo americano Art Shay, que mostra na foto acima, para conquistar nossa admiração. Beavouir foi uma escritora, filósofa existencialista e feminista francesa. Escreveu romances, ensaios e biografias, entre os quais se destacam "O Segundo Sexo" (1949), análise sobre o papel das mulheres na sociedade, e "A velhice" (1970).


Foi companheira de Sartre, com quem teve um relacionamento aberto famosíssimo, e deixou suspirando dúzias de escritores, intelectuais e militantes de esquerda.


Recentemente ganhou vida nos palcos brasileiros através da peça "Viver Sem Tempos Mortos", brilhantemente intepretada por Fernanda Montenegro."

Fonte do texto acima: http://memoriasdeumperdedor.blogspot.com
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Indicação de filme: "Amantes do Café Flores"



Foto: Sartre e Beauvoir. Em "Amantes do Café Flores".
Filme / Biografia
Nome Original: Les Amants Du Flore
Direção: Ilan Duran-Cohen
Elenco: Anna Mouglalis, Lorànt Deutsch, Kal Weber, Laetitia Spigarelli, Didier Sandre, Caroline Sihol, Sarah Stern, Vladislav Galard, Robert Plagnol
País: França
Ano: 2006
Duração: 104 min
Cor: Colorido
Classificação: Programa para jovens e adultos

Sinopse:
Sorbonne, Paris, 1929. Simone de Beauvoir se apaixona pelo carismático jovem gênio, um rebelde contra os valores burgueses: Jean Paul-Sartre. Juntos, eles embarcam numa viagem erótica e emocional. Depois de vinte anos na profunda perversão, ela encontra forças para reivindicar sua própria identidade e fama. Em uma viagem pela América, ela conhece Nelson Algren, futuro vencedor do prêmio Pulitzer, e descobre uma nova forma de viver a sexualidade. Depois de se apaixonar, ela escreve seu famoso livro O Segundo Sexo. Ao retornar a Paris, Simone se sente dividida: sem Nelson, sua vida fica vazia, e sem Sartre, sem significado.


Fonte: Hagah - Programação da TV
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Sobre e filme "Amantes do Café Flores"

O filme retrata a relação de Jean - Paul Sartre e Simone de Beauvoir, desde o princípio e atravessando fatos importantes da biografia dos dois: a publicação de "A Náusea", a participação de Sartre na segunda guerra, a demissão de Beauvoir da educação nacional devido à questões morais (moralistas, na verdade), a palestra proferida por Sartre logo após a libertação da França - "O existencialismo é um humanismo", a publicação do "Ser e o Nada" e "do Segundo Sexo", os famosos encontros nos cafés ("O FLORES", sobretudo), as complicadas nuances, desencontros e paixões paralelas da relação anticonvencional dos dois. O filme é perpassado por um forte tom sexual (daí receber o título de "os amantes": os casos de Sartre e os de Simone, a paixão de Beauvoir com Nelson Algren - romancista americano, etc.
Infelizmente, a legenda foi ripada junto com o filme na TV e deixa a desejar, omitindo certos dialógos. De resto, tudo ok. Quanto a mim, adorei o filme.
Fonte do texto acima: http://colecoesnerds.weebly.com/

Por Cintia Liana

sábado, 27 de março de 2010

Cintia corre com seus Lobos

"Dança com Lobos"

Foto: Cintia Liana, Astra e Appolo, lobos tchecolovacos Selvagens, em Viterbo, Italia. 12 de fevereiro de 2010.
Foto: Cintia Liana, Astra e Appolo, lobos tchecoslovacos Selvagens, em Viterbo, Italia. 12 de fevereiro de 2010.

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Filme


Foto: Google Imagens

Dança Com Lobos/Dance With Wolves
EUA/1990/Acção/180′
Direção: Kevin Costner

Ganhou:
7 Óscares
3 Globos de Ouro
Recebeu 9 nomeações ao BAFTA
Ganhou um Urso de Prata especial no Festival de Berlim
Recebeu uma nomeação ao César
Ganhou o Grammy de Melhor Composição Instrumental Feita Para um Filme.

Roteiro: Michael Blake (romance e roteiro)
Gênero: Drama/Faroeste
Origem: Estados Unidos
Duração: 180 minutos
Tipo: Longa-metragem

Sinopse:
Durante a Guerra Civil Americana, o jovem Tenente John Dunbar protagoniza um ato heróico e, por sua opção, vai servir em uma região infestada de índios. Ao invés de participar de algum extermínio, ele consegue uma ousada aproximação com os nativos, descobrindo sua cultura, costumes e seu modo de comunicação.

Fontes: : www.passeiodasestrelas.com/
www.cineplayers.com/filme.php?id=501

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"Mulheres que correm com os lobos"


Foto: Cintia Liana, Astra e Appolo correndo na neve em Viterbo, Italia.


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Livro


Foto: Capa do livro "Mulheres que correm com os lobos". Google Imagens.


“A fauna silvestre e a mulher selvagem são espécies em risco de extinção.
Os lobos saudáveis e as mulheres saudáveis têm certas características psíquicas em comum: percepção aguçada, espírito brincalhão e uma elevada capacidade para a devoção. Os lobos e as mulheres são gregários por natureza, curiosos, dotados de grande resistência e força. São profundamente intuitivos e têm grande preocupação para com seus filhotes, seu parceiro e sua matilha. Têm experiência em se adaptar a circunstâncias em constante mutação. Têm uma determinação feroz e uma extrema coragem.
A mulher selvagem traz consigo os elementos para a cura; traz tudo o que a mulher precisa ser e saber.
Ela traz histórias e sonhos, palavras e canções, signos e símbolos. Ela é tanto o veículo quanto o destino.”
Clarissa Pinkola Estés



No seu livro “Mulheres que correm com os lobos” a psiquiatra junguiana Clarissa Pinkola Estés compara as mulheres modernas aos lobos e analisa dezanove lendas e contos de fadas, desde o Patinho Feio ao Barba Azul, fazendo a analogia da devastação das florestas virgens e dos animais selvagens com a “domesticação” dos ciclos naturais femininos, transformados à força em ritmos artificiais para agradar aos outros.
Deixo-vos a crítica que Sandra Baldessin faz ao livro:
“Mulheres que correm com os lobos, livro da psiquiatra Clarissa Pinkola Estés, é considerada como uma das obras mais aprofundadas e revolucionárias no que se refere ao universo e imaginário feminino, que se publicou nos últimos cinqüenta anos. O ensaio é revolucionário e provocativo, pois questiona de forma incisiva o protótipo da mulher moderna, que compete ombro a ombro com o homem, desconsiderando o seu diferencial feminino. Em nenhum momento, a autora desacredita o potencial das mulheres para ocupar posições de destaque na cena pública, apenas, nos conduz a uma reflexão sobre algumas coisas que foram abandonadas, como as nossas raízes mais interiores, a intuição e a criatividade, e trocadas por moedas de menor valor.O livro traz contos da tradição oral latina e européia, e, através deles, Clarissa Estés analisa paradigmas da conduta e do comportamento feminino. A mulher que corre com os lobos, também chamada “Mulher Selvagem” ou “Aquela que sabe”, é a mulher que não se envergonha de respeitar os seus ciclos de vida, o seu lado mais primitivo, a sua espiritualidade. Uma mulher que enfrenta seus próprios medos e sobrevive às suas próprias fantasias infantis acerca dos relacionamentos, da maternidade, etc. A autora compara essa mulher aos lobos, pois, como eles, são detentoras de uma aguda percepção, de um espírito lúdico e de enorme capacidade de afeto. As histórias narradas ao longo do livro permitem a construção de uma sólida ponte entre o cognitivo (intelecto) e o afetivo (emoções), que, juntos, compõem a base da nossa personalidade. As narrativas também são um testemunho contra as imposições da mídia (do mercado?) no que concerne ao padrão de beleza imposto às mulheres, confirmando que, muitas vezes, já não sabemos como ser livres, já que nossa suposta liberdade (a duras penas conquistada) é definida por regras arbitrárias e políticas, que não guardam relação alguma com a nossa natureza, antes, são determinadas culturalmente. Apesar do título, ouso dizer que não é um livro direcionado exclusivamente ao público feminino, mas a todos os seres que buscam uma vivência na qual o gozo de estar vivo seja uma conquista diária.”


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Cintia Liana, Astra e Appolo

Foto: Cintia Liana e Astra em 21 de março de 2010.
Foto: Astra, indo brincar nas montanhas, na neve. Fotografada por Cintia Liana.Foto: Astra e Appolo, indo brincar nas montanhas, na neve. Fotografados por Cintia Liana.
Foto: Os filhotes de lobo, Astra e Appolo, fotografados por Cintia Liana.

Têm os dentinhos bem afiados, mas são muito afetuosos, adaptáveis, gostam de carinho, de estar dentro de casa, brincam durante todo o dia, são super inteligentes e se relacionam bem com todos.


Por Cintia Liana

sexta-feira, 26 de março de 2010

Brava Bambolina [Competente Bonequinha]

Foto: Cintia Liana (2004)

"Non guardatemi come si io fosse una bambolina bionda babbea, perché una bambolina bionda babbea non può darsi al lusso di sentire rabbia e, ancora così, essere brava."

"Não me olhem como se eu fosse uma bonequinha loira ingênua, porque uma bonequinha loira ingênua não pode se dar ao luxo de sentir raiva e, ainda assim, ser competente."


Por Cintia Liana

quinta-feira, 25 de março de 2010

Deliciosa Extravagância

Foto: Cintia Liana

Êita menina esperta, arteira, que pula muro, sobe em árvore, joga bola e sabe falar besteira. Saber falar sim, porque falar besteiras não se faz com facilidade, tem que ter simplicidade e espontaneidade. Não uma besteira estúpida, mas uma besteira ingênua. Tem coisa melhor?
Ser responsável eu sei, mas poder falar “besteira” é um luxo e uma deliciosa extravagância, poder confessar uma gostosa faceta infantil.
Rir, rir de nada, rir de tudo, pra quê explicar? Explicar? O quê mesmo?
Cintia Liana
Foto: Cintia Liana

Por Cintia Liana

sábado, 20 de março de 2010

Bufões do Carnaval

Foto: Google Imagens


Só pelo fato de ser brasileira e baiana tenho que gostar de carnaval e axé music? Por que sou obrigada? Sou chata por não gostar? Pra mim seria mais fácil achar que sou medíocre se gostasse, acharia que sou comum, a senhorita clichê.

Sim! Já experimentei, fui ao carnaval em cima do trio elétrico, num bloco e camarote, ri, dancei, me diverti, mas viver uma vida inteira fazendo isso todo ano é no mínimo um saco e demasiadamente embaraçante para alguém que preza por ter a consciência expandida.

Uma pessoa que passa a vida inteira fumando, bebendo, freqüentando o bingo e pensando do mesmo modo, com as mesmas idéias e posturas para mim é a mesma coisa de alguém que passa um vida inteira, todos os anos, esperando pelo carnaval, o tal do Trivela, do Ensaio Geral, Bonfim Light, lavagem de não sei o quê, blá blá blá... A cada ano inventam um nome mais “chic” para chamar tal festa popular que é tomada pela burguesia cafona e idiota de Salvador, que paga caro para entrar na festinha, desfilar a roupa da moda, os músculos conquistados na academia, mostrar que bebe whisky importado de R$100,00 e ouvir uma bandinha mais idiota ainda cantar “eu sou do carnaval”, “eu sou feliz”, “eu sou solteiro”, “eu sou baiano”... Que pobreza... E o povão fica de fora, na rua, no meio do lixo, do xixi, por que não é “VIP” e ainda diz que se divertiu.

Que "VIP" nada...! Pessoa importante é outra coisa, é bem diferente de ter dinheiro e estar no "melhor" camarote (nome brega; termo antigo de cunho separatista) ou poder pagar a “melhor” festa. Ser importante está no pensar, no sentir, no mudar. Importante é outra coisa, é fazer diferente, é ter consciência, é saber inovar, ter o que ensinar e estar sempre atento a aprender.

Acontece que esse ano tive o privilégio de passar o carnaval na Itália e amei! Amei não porque me senti uma VIP ou diferente por estar na Europa mas, ou contrário, porque não tive que engolir “guela” abaixo o carnaval do Brasil batendo na minha crítica testa que tinha que “me ver na Globo”, através da mídia, comércio e da sociedade.

Esse ano não ouvi músicas de escola de samba e nem assisti àquele povo dançando na TV como se fosse alguma novidade. Ah, não tive que assistir Big Brother e nem sei quem são as pessoas que participaram e nem se a palhaçada acabou. Melhor ainda, não tive que esperar ansiosamente pelo lançamento e muito menos escutar as “novas” e originais músicas das bandas baianas cantando aêaê, samba aê, rebola aê, quebra aê, rala aê e finalmente bunda aê. Uma criatividade que motiva qualquer erudito.

Falando sério, que delícia não ter que me engasgar com esse desaforo emburrecedor anual! Que bom me dar o direito de não fazer parte deste tipo de “verão”.
Pensando sobre o carnaval e estando longe dele há mais de 10 horas de avião, me conscientizei impactantemente desta grande perda de tempo, uma euforia louca, maluquice, o povo bebendo, se drogando, menores se prostituindo, as mulheres se exibindo, querendo ser as gostosas, os homens igualmente, mostrando os musculos e querendo ser os garanhões, o pobre catando lata, ganhando alguns centavos vendendo cerveja, brigando na rua, o povo fazendo filho, sendo roubado, os empresários ganhando rios de dinheiro, a virose solta no ar e pergunto pra quê?
Não venha me dizer que precisa ver teu ídolo todo o ano em cima do trio e que isso é maravilhoso! Mas você o ama mais que a si mesmo? Isso é mais importante que pensar no sentido de tudo, em como mudar essa sociedade intelectualmente tão pobre?

Maior festa popular do mundo segundo o Guines Boock, a maior concentração de gente nas ruas de Salvador, o que poderia ser um desastre em outra situação, em outro País, mas em Salvador é o carnaval.

No Rio o povo unido na Sapucaí torcendo por uma escola de samba que trabalhou durante todo o ano para competir também tem sua beleza, mas acontece que o carnaval se tornou uma espécie de embriaguês repetitiva e impensada, imposta como normalíssima e necessária, e na verdade é uma droga, uma válvula de escape para uma catarse coletiva, equivocada, mal colocada e alienada. O povo sai do normal e tudo passa a ser brincadeira, todos viram crianças eufóricas, extasiadas com alguns dias onde tudo pode acontecer, tudo é permitido, onde o ego do pai crítico deixa a casa para os ratos fazerem a festa.

Esse ano foi especial no carnaval, me senti desintoxicada, e esse sentimento me trouxe uma espécie de sensação de liberdade, uma libertação de algo pesado e imposto subliminarmente, imposto pela cultura e nível mental de todo um povo e de uma elite que domina perfeitamente a maioria. Pena que para ser livre da imposição do carnaval tive que vir para a Europa ou então teria que ir para o meio do mato e jogar fora o aparelho de TV, mas nem na Chapada Diamantina se pode estar livre.

Já me chamaram de utópica quando um dia falei que achava que o mundo deveria parar totalmente, nada de Copa do Mundo, Olimpíadas ou coisa parecida, que primeiro deveríamos matar a fome do povo; reformar o sistema carcerário; resolver a questão do tráfico de drogas; da segurança pública; da saúde; da educação; construir casas para quem mora nas ruas; encaminhar as crianças abandonadas, que crescem nos abrigos, para adoção; criar empregos; cursos profissionalizantes para os jovens; colocar essas iniciativas como prioridade absoluta e tornar realidade, mas não entenderam, me disseram que não poderia ser assim, por que muita gente ganha com a copa de futebol, por exemplo, o turismo, as equipes esportivas...
Mas quem ganha mesmo? O pobre ganha o quê? Um emprego temporário? Isso é uma grande ilusão, um jogo para enganar bobos da corte encantados. Cada um ganha a sua parte, a sua esmola e continua tudo do mesmo jeito, todo ano uma esmola. Será que a gente ganha mais com isso ou perde mais por não mudar as coisas radicalmente? Eu posso ser utópica, mas só vejo as coisas piorarem por que cada um só quer garantir o seu mísero pedaço.

A verdade é que temos muito medo de mudar, nem que seja pra melhor. A mudança amedronta, pois com ela vem a necessidade de aprender a lidar com tudo o que vem junto com o novo.

Por mais que doa e que dê medo o melhor seria encarar as novas revelações. Não generalizo, mas acho que vivemos num País de corruptos mas, antes de tudo, vivemos num País de ignorantes e covardes que sonham o ano inteiro com a chegada do próximo carnaval.

Vai bufão, agora sonha com o carnaval 2011 e vai ser bufão a vida inteira.
Por Cintia Liana

Foto: Google Imagens

A banana representa o carnaval e o macaco vocês podem deduzir quem é.

Segundo Wikpédia:
Bobo da corte, bufão, bufo ou simplesmente bobo é o nome pelo qual era chamado o "funcionário" da monarquia encarregado de entreter o rei e rainha e fazê-los rirem. Muitas vezes eram as únicas pessoas que podiam criticar o rei sem correr riscos.
O bobo teve origem no Império Bizantino. No fim das Cruzadas, tornou-se figura comum nas cortes européias, e seu desaparecimento ocorreu durante o século XVII. Vestia uniformes espalhafatosos, com muitas cores e chapéus bizarros com guizos amarrados. Inspirou a 13ª carta do baralho e, nos dias atuais, o famoso vilão, arquiinimigo do Batman.
Por Cintia Liana

terça-feira, 16 de março de 2010

Pasta Italiana Super Simples

Foto: Google Imagens

“Pasta bianca - óleo e parmeggiano” (parmeggiano = queijo parmesão ralado)

Vi meu noivo preparando uma pasta rápida e fiquei perplexa como os italianos gostam de pasta e como esse prato é tão importante na mesa deles, fazendo-os comer "todos-os-dias". A pasta é o primeiro prato e o segundo é uma salada ou verdura e vem acompanhada de um tipo de carne. Penso que seja assim em todo lugar da Itália.
Segundo meu noivo, numa casa italiana NUNCA pode faltar: pasta, molho de tomate, óleo de oliva e alho.

Para quem quer um "verdadeiro" prato italiano extremamente simples, rápido, gostoso e barato, aí vai:
Depois da água em ebulição coloque a pasta de seu preferência deixando-a cozinhar, colocando sal a gosto.
(Pelo amor de Deus não coloque óleo na água, com aquela história de que a massa vai grudar, pois massa boa não gruda, para isso use a massa Barilla, típica pasta italiana e das boas, usada nos melhores restaurantes daqui da Itália e se pode encontrar facilmente no Brasil, nos supermercados.)
Quando estiver no ponto que vc gosta, al dente ou um pouco mais cozida, coloque diretamente no prato.
Depois acrescente óleo de oliva extra virgem e bastante queijo parmesão ralado.

ECO LO QUA! Está pronto! Uma delícia e simplesinho assim. Comi ontem no almoço e no jantar, pois estava com preguiça de cozinhar e com desejo de comer este prato.
Observo que cozinhar na Itália é mais que uma arte, todo detalhe faz diferença no gosto italiano. Aprendi e entendi aqui tanta coisa de culinária... Eles são muito delicados ao cozinhar.

Para acompanhar um bom vinho, italiano de preferência.
Aqui conheci um simpático professor, amigo de meu noivo, dono de uma vinícola que produz um vinho delicioso, Muffato della Villa. A vinícula se chama "Villa Puri". Mas acho que não se encontra esse vinho no Brasil.

É incrível como nos habituamos com os costumes de outro lugar, mas a saudade do arroz com feijão do Brasil permanece. São também memórias do paladar da infância, que estão submersas até no corpo físico. Não adianta, eu sou muito brasileira, com muito orgulho.
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[Primoca, você não vai querer comer, não é? Você não gosta de parmeggiano. Que absurdo! rsrs]

Por Cintia Liana

segunda-feira, 8 de março de 2010

Politicamente Onesta [In Italiano]

Foto: Google Imagens

A volte mi sento un po 'ingenua, perché non so fare loby. Qualche tempo fa ho cominciato a sospettare che perdo molto perché non sono capace di fingere che è tutto bene davante a qualche ingiustizia, falsità e pregiudizio.
Quando a me piace qualcuno faccio amicizia, non importa la religione, nivelo sociale, culturale o economico, ma a volte mi disilludo, perché ne tutti riescono valorizare una persona semplice, vera e spontanea.
Sono cresciuta ascoltando che è bellissimo essere sincero, e che è un segnale di intelligenza sapere dire cosa sente e, in questo senso, io sono cresciuta desiderando essere bella e intelligente. Ma sarà che ancora sono bambina? Perché non so fare la ipocrita.
Io non sono una persona che si comporta solo con l’emotivo, sono essere razionale quando è bisogno, ma si io non sono d'accordo dico, si a me non piace alontanomi, si sbaglio assumo, si sono triste mostro, si sono ferita piango. Non posso chiudere gli occhi davanti a qualcosa di dinumana per ottenere l’appoggio di qualcuno, in questo modo mi sentirei vendita, piccola, povero, non poterei guardarmi sul spechio, non poterei guardare miei propri i occhi.
Nonostante capire esattamente che cosa significa essere politicamente corretto, non ho la pretenzione de farlo, neanche di fare la “buona ragazza”, ma conservo la voglia di essere leale, digna, nobre ed onesta, ancora che significhe perdere qualcosa, perchè in fondo qualcosa dimi che ha un sentimento più grande che muove tutte le cose e credo che questo sentimento si chiama amore.
Si dipendere di ipocrisia e di collusione mio programma va giù, non mi frego con i applausi e vado al fallimento totale, perché non accontentomi con soldi e immagine e neanche so vivere com il vuoto della apparenza.
Forse sia per questo che io mi relaziono tanto bene, capisco e a me piace tanto i bambini.
By Cintia Liana

domingo, 7 de março de 2010

Politicamente Honesta [Em Português]

Foto: Cintia Liana


Por vezes me sinto um tanto ingênua por não saber fazer lobi. Há algum tempo comecei a desconfiar que perco muito por não conseguir simular que está tudo bem ao lado de alguma injustiça, falsidade ou preconceito.
Quando gosto de alguém me entrego a amizade, não importa a religião, nível social, cultural ou econômico, o que faz às vezes me decepcionar, pois nem todos sabem valorizar alguém simples, verdadeiro e espontâneo.
Fui criada ouvindo que é belíssimo ser sincero, e que é sinal de inteligência saber dizer o que sente e, neste sentido, cresci desejando ser bela e inteligente. Mas será que ainda sou infantil? Porque não sei ser hipócrita.

Não sou uma pessoa que se deixa levar somente pelo ímpeto emocional, sei colocar a razão a frente de tudo quando é necessário, mas se não concordo digo, se não gosto me afasto, se erro assumo, se estou triste demonstro, se estou ferida choro. Não consigo fazer vista grossa para algo desumano para conseguir o apoio de alguém, desta forma me sentiria vendida, pequena, pobre, não conseguiria me olhar no espelho, encarar meus próprios olhos.
Apesar de entender exatamente o significado de ser politicamente correto, não tenho a pretenção de ser-lo e nem tampouco de fazer a "boa moça", mas preservo a gana de ser justa, digna, nobre e honesta, mesmo que para isso eu tenha que perder alguma coisa, por que algo lá no fundo diz que tem um sentimento maior que move todas as coisas e acho que esse sentimento se chama amor.
Fazendo uso de metáfora, se depender de hipocrisia e conchavos meu programa sai do ar, viro as costas para os aplausos e vou a falência total, por que não me contento com dinheiro e imagem e muito menos sei conviver com o vazio da aparência.
Talvez seja por isso que me dou tão bem, entendo e gosto tanto de crianças.
Por Cintia Liana

["Sempre que quiser usar o texto de alguém, cite o autor. Respeite a obra alheia."]

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Foto: Cintia Liana
Fotografada Por Hudson Costa

Felizmente encontro pessoas maravilhosas nesta vida e, aproveitando, resolvi postar aqui um e-mail de uma ex-aluna minha da IBES, que me deu um feedback que me emocionou muito. Na verdade não sendo injusta com outros tão lindos e afetuosos como esse, mas como não posso postar todos de uma vez vou começar devagarzinho, afinal não quero guardar só para mim palavras tão belas e que confirmam que estou no caminho certo, quando distribuo amor por onde eu passo além, é claro, de saber brigar quando é preciso. rsrs


"Quero que saiba que sua presença marcou a vida de muitos alunos na IBES. Prova disso é que mesmo no 3º semestre vários alunos ainda comentam sobre você com outros alunos e dizem: "Professora boa era Cintia", ou então: "Você não conheceu Cintia....? Ali era professora de verdade."Por algum motivo, mesmo quando não conhecemos alguém no convívio diário, algumas pessoas nos marcam de forma misteriosa (rsrsrsr) e nos deixam lições, impressões, não sei bem explicar..."

"Pode colocar o texto sim. Acho que também será uma forma de nós, que fomos seus alunos, sabermos que você tem conhecimento do quanto é especial.

Particularmente creio que existe uma razão especial para conhecermos cada pessoa nesta vida e, você, tem uma característica que eu acho fascinante: meiguice (em tempo integral, até quando quer parecer brava rsrsrsrsrs). Acho lindas as pessoas com jeito doce, suavidade nos gestos.

Para você, minha sempre pró, deixo ainda algumas das bem aventuranças (as que tem tudo a ver com você !!!!).

Bem-aventurados os mansos (brandos), porque eles herdarão a terra;
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;
Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;
Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;

Bem aventurada sou eu, pois tive a grande oportunidade de conviver com você (mesmo que só um pouco).

Bjão."

Priscila Moura de Souza

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Pri, como te falei antes, você realmente me emocionou com tuas palavras tão delicadas e saiba que te vejo assim também, tão delicada e meiga como você me vê. rsrs Seguramente essa semana estávamos muito conectadas mentalmente.
Vocês, meus queridos alunos, são e sempre serão muito especiais. Aprendi e aprendo demais com todos. Sinto-me afortudamente feliz por receber tanto carinho.
Obrigada!

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Loby, ou em Português Lobi: uma palavra muito utilizada em Portugal, mas que em muitos outros Países assume um significado muito diferente. Em Portugal esta palavra significa a utilização do poder econômico para pressionar o poder político, prática de tráfico de influências ou até mesmo corrupção activa.

No entanto, na maioria dos nosso restantes parceiros da União Europeia, onde as democracias são mais maduras, esta palavra assume outros significados. O Lóbi é encarado como "...uma actividade de pressão para influenciar decisões importantes tomadas pelo poder público..." (Marketing e Comunicação Política, 2009, pp.84). É considerada uma ferramenta indispensável da vida em Democracia.



Por Cintia Liana

quinta-feira, 4 de março de 2010

Dar conselhos não é profissão, conselho se dá de graça


Fotos: A psicóloga Cintia Liana em entrevista

Dando continuidade às reflexões sobre o que sofrem os psicólogos com a falta de informação do que seja tal profissão, tenho outra consideração a fazer.
Já ouvi a frase: “ela era a psicóloga e eu é quem estava dando conselhos”. Essa frase é tão estúpida que chega a ser engraçada.
Para dar conselhos basta abrir a boca (sei que existem pessoas que nos iluminam com suas palavras em determinados momentos) e para ser psicólogo se deve estudar 5 anos, fazer pós graduação, psicoterapia e outros tantos estudos para não cair na mediocridade.

Em primeiro lugar psicólogo não dá conselhos, “ele te dá uma lanterna, para você achar o caminho meio a escuridão que pode estar instalada em determinado momento, em determinada situação”.
Se essa pessoa soubesse um pouquinho da complexidade desta profissão jamais diria tal besteira.
Vou mostrar então um pouquinho desta complexidade.
  • Para ser um psicoterapeuta precisa-se ter em mente não só a necessidade da neutralidade, mas prioritariamente o entendimento de que neutralidade absoluta não existe. O psicólogo não é uma caixa preta, livre da subjetividade, ao contrário. Gonzáles Ray (apud SILVA, 2008) explica que ele faz parte do cenário. O que faz dele competente não é a neutralidade, é a consciência do lugar dele naquele cenário, como ele pode funcionar ali da melhor forma e ajudar o paciente a se dar conta do que é necessário para o seu crescimento.
  • É indicado que o psicoterapeuta faça terapia não só por que precisa experimentar o caminho da subjetividade, da transpessoalidade, sentir que existe um grande material inconsciente, mas também para saber qual é o seu lugar dentro de cada história, como cada história que ouve o toca, se toca, por que e como pode entender isso. Ou seja, além de ser uma busca da subjetividade é um reconhecimento da vivência desta subjetividade.
  • Existe a modalidade “aconselhamento psicológico” dentro da área, mas ainda assim não se trata conselhos. O profissional, no geral, auxiliará a pessoa a achar o caminho mais maduro, dentro de um sentido maior da situação, que será processado no sething terapêutico.
  • Na psicoterapia ninguém te dirá em como fazer nada e nem se baseará em tuas experiências pessoais, pois o psicólogo não faz isso, por mais que suas experiências o tenham ajudado a construir o seu self. O profissional conhece um conjunto de seus pressupostos teóricos, epistemológicos, é cuidadoso e sensível à sutileza das características singulares da subjetividade, onde podemos encontrar o passado e o presente e todos os aspectos da existência. (SILVA, 2008)
  • No sething o profissional pode auxiliar “na integração de elementos de sentido e de significação que caracteriza a organização subjetiva de um âmbito da experiência do sujeito, ação, construção, história, transações e trocas sociais e cultura como configurações subjetivas da personalidade. É um complexo de articulações e possibilidades contraditórias e processos de ruptura. Está ligado à diversidade de questões presentes no sujeito cotidiano, irregular.” (SILVA, 2008)
  • Ele terá consciência dos mecanismos de defesa do paciente, de algumas memórias anteriores relatadas, ajudará a fazer livres associações, a enxergar sua sombra, reforçar aspectos positivos, entender os padrões, te situar dentro dos grupos, dos sistemas, ver tua função e papéis em que está assumindo dentro da cada grupo e muito, muito mais.
Então por favor, dê conselhos, mas não desqualifique o psicólogo que te ouve. Por mais que sejam bem vindos em alguns momentos e que alguns amigos o façam com muito boa intenção, nos ilumine e que eles ajudem bastante, mas a verdade é que os conselhos falam muito mais da gente do que de qualquer outra coisa, mesmo que ajudem. Não pagamos por conselhos e nem precisamos estudar para aconselhar ninguém.
Com todo respeito às outras profissões, mas ainda temos que ouvir que manicure é meio psicóloga, aquela certa amiga também, a secretária, o taxista... O mundo é repleto de gente que quer ouvir uma história interessante, transformar algumas em fofoca e dizer o que acha para se sentir mais sábio. O mundo está cheio de “achismos” também. Para se ajudar alguém e atendê-la em seus questionamentos e anseios é preciso ter noção da grande responsabilidade disto, de respeito pela vida alheia e de preparo adequado.
Se a profissão de psicólogo se resumisse em dar conselhos, ouvir e em ser experiente nem existiria faculdade para isso e nem as diversas especializações, era só esperar uma boa idade chegar e se intitular tal profissional.

Fecho com um pensamento de Hermann Hesse que resume tudo isso:
"Nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo.
Não posso abrir-lhe outro mundo de imagens, além daquele que há em sua própria alma.
Nada lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso, a chave.
Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo."


Referência: (Minha Monografia da pós)
Silva, Cintia L. R. de. Filhos da Esperança: Reflexões sobre família, adoção e crianças. Monografia do curso de Especialização em Psicologia Conjugal e Familiar. Faculdade Ruy Barbosa: Salvador–BA, 2008.

Foto: Carl Gustav Jung, médico e psicólogo

Carl Gustav Jung (1875-1961) foi o fundador da escola analítica de Psicologia. Um dos maiores psiquiatras do mundo, fundador da escola analítica de Psicologia, ele introduziu termos como extroversão, introversão e o inconsciente coletivo.
Jung ampliou as visões psicanalíticas de Freud, interpretando distúrbios mentais e emocionais como uma tentativa do individuo de buscar a perfeição pessoal e espiritual.

Por Cintia Liana

quarta-feira, 3 de março de 2010

Cordel de Cintia

Foto: Cintia Liana


Cintia era uma menina
que gostava de cantar
Se trancava no banheiro
e danava a solfejar
Dançando no chuveiro
igualzinho a um sabiá

Sua mãe não reclamava
pois achava muito lindo
Mãe coruja é assim mesmo
mas não estava mentindo
Pois o melhor para sua vida
ainda estava vindo

Cresceu para Deus e pro mundo
e conquistou seu espaço
Compreende a mente humana
e segue seus próprio passos
Não se prende muito a sonhos
para ela o lema é: eu faço!

*Por Jotacê Freitas
Em 08.06.2004
(Cordel em forma de sextilha)
*Jotacê é professor e arte educador da rede pública do ensino fundamental, cordelista e poeta. Realiza vários projetos em Salvador-Ba, voltados para a educação.
Foto: George Marks - Getty Images

Por Cintia Liana