Desconfio de alguém que não tem amigos, que tem coragem de repetir isso e ainda acha o fato normal. Só a presença de marido e filhos, sem amigos? Falta de tempo não é motivo para não se ter amigos.
Motivos reais podem ser muitos, como dificuldade em se relacionar com pessoas, com o mundo, em aceitá-los; ciúmes do marido com as amigas ou desconfiança delas em torno desse; falta de humildade e competição desenfreada; ignorância, achando que nada tem a aprender com algum outro; dificuldade com suas próprias dúvidas; falta de habilidade em administrar seus medos, em dividí-los com outra pessoa; dificuldade em aceitar parcerias e confiar nelas; dificuldade em respeitar os limites e espaço do outro e ainda assim fazer parte da vida desta pessoa, etc.
Conheci alguém que falava abertamente que não tem amigas, demonstrando um certo orgulho. Aos poucos fui descobrindo os porques, mas desejo que ela um dia possa e queira se abrir para o aprendizado e descobrir muitas coisas.
Mas, me pergunto, será mesmo que ela nunca achou isso estranho ou parou para tentar entender os motivos reais e em como isso empobrece a sua vida? Porque nem precisa ser psicólogo para saber que não se ter amigos é um mau sinal, é um indicativo de que há algo de mal resolvido, de que alguma coisa não vai bem, assim como se ter amigos em demasia, sendo superficial em suas relações. Bom, cada um tem seus motivos, talvez ela não consiga enfrentar e transpor essas barreiras.
Mas eu digo sim às minhas amigas, amigas de longa data, de 25, 18 anos de amizade e de curtas, porque com amigas se pode compartilhar alegrias e tristezas; se pode conquistar cada vez mais a confiança humana; exercitar a tolerância e o desapego; amar; aceitar; brigar sem perder o bem querer; se sentir diferente e ao mesmo tempo parecido; aprender; ensinar; ouvir; sentir ciúmes; é querer ficar sozinho, mas se sentir acompanhado; é respeitar; enfrentar os nossos medos ao lado delas; ouvir coisas que não se quer, mas saber que assim se aprende muito mais; é dizer duras "verdades" sabendo que o outro pode sentir dor, mas que um dia ele compreenderá; é sentir falta da conversa; da ajuda; da palavra; da companhia; da voz; da intimidade emocional; da aliança; da confiança inabalável; do orgulho em tê-las como parceiras para toda a vida.
Ter amigas significa nos entender melhor e entender os nossos processos com o mundo externo, saber que não se está só, que não nos bastamos, poder aprender a dividir com as irmãs que escolhemos, que elegemos por admiração, identificação, vontade de estar junto.
Pude levar umas as outras, conheci algumas através de outras e assim fomos nos unindo cada vez mais nessa relação sólida e divina, cheia de contrastes e harmonia.
Sempre penso que se minhas amigas se dão bem entre elas é porque minhas escolhas são coerentes, ou seja, se elas se gostam e se identificam é por que estou escolhendo pessoas semelhantes.
Sempre penso que se minhas amigas se dão bem entre elas é porque minhas escolhas são coerentes, ou seja, se elas se gostam e se identificam é por que estou escolhendo pessoas semelhantes.
A nossa vida meio aos outros também nos diz muito sobre quem nós somos, fala do nosso mundo interno e é maravilhoso poder saber um pouco mais desse mundo e poder fazer parte do mundo do outro, experimentando os mais diversos sentimentos nessa troca dinâmica, humana, genuína e infinita.
...Sentir falta das minhas amigas do Brasil me mostra o quanto são importantes.
Dedico esse texto a vocês, amigas:
“Larilda”, “Ale”, “No”, Milena Pedro, Milena França, Aline “Primoca”, Paulinha, Conça, Mara, Rai (um homem meio às mulheres), Dica, Mônica Montone, Mirian, “Lela” e Tâmara.
Dedico esse texto a vocês, amigas:
“Larilda”, “Ale”, “No”, Milena Pedro, Milena França, Aline “Primoca”, Paulinha, Conça, Mara, Rai (um homem meio às mulheres), Dica, Mônica Montone, Mirian, “Lela” e Tâmara.
Observação: Não consegui encontrar fotos de todas.
Por Cintia Liana