Foto: Elena Kalis
A cultura mais difundida hoje na cidade de Salvador é a cultura da fofoca. "Salvador, terra da fofoca."
Amigos soteropolitanos, não se sintam ofendidos, eu sou baiana da capital, amo minha cidade, mas tenho que admitir que a indiscrição e a maledicência hoje em Salvador é algo notório e já beira o patológico, na verdade estou sendo até razoável.
Isso tem em todo lugar, mas falo de minha cidade, que está passando de todos os limites de respeito e indo para um lugar que não se sabe onde vai parar. Podemos tirar até pelas músicas de pagode, que não têm mais duplo sentido, são diretas mesmo.
Quando um grupo fala mal de alguém pode apostar que 90% daquilo tudo é mentira e as pessoas ainda ouvem e se divertem por inferiorizar os outros. Falam tanto da moral de uma mulher como se isso fosse um jogo. Que necessidade baixa é essa? E não me venham com "deixa pra lá", porque a sujeira deve ser jogada na cara de quem merece, sim, os difamadores e falsos moralistas, querendo se sentir melhores desmoralizando os outros (ler texto sobre inveja). Não podemos engolir esse desaforo como se nada estivesse acontecendo. Vamos falar mesmo, levantar a voz para os maus hábitos e plantas hábitos sadios.
Coisa para se refletir e combater, assim como outras coisas negativas, é claro, não podemos ser indiferentes a isso. A próxima pode ser tua irmã, tua filha...
Moro bem longe de Salvador, mas amo muita gente que mora lá.
Como diz Lobão, "No País da fofoca ter opinião é tabu".
Cintia Liana
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...o crescente bem do mundo depende parcialmente de atos não-históricos; e se as coisas não são tão ruins para você e para mim quanto poderiam ter sido, deve-se em parte aos tantos que viveram fielmente uma vida oculta e hoje descansam em túmulos não visitados.
George Eliot, pseudônimo de Mary Anne Evans (1819-1880), novelista inglesa, em Middlemarch (1871).
Por Cintia Liana