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sábado, 19 de junho de 2010

O sorriso de Cintia Liana

Foto: Cintia Liana na Capela Sistina em 2009

No dia 03 de fevereiro de 2009 comecei a dar aulas de ética e Legislação numa Faculdade de Salvador. Dividi o semestre em dois momentos, a parte de ética e comportamento e a de legislação.

Nas primeiras aulas deixei que os alunos debatessem bastante, tirassem dúvidas, falávamos dos temas mais polêmicos, pautados na ética, costumes, tradição, moral, hábitos, preconceitos, cultura e história.

Para o meu susto e felicidade, ao mesmo tempo, alguns alunos acharam meu “método diferente, moderno”, mas que uma parte deles estava achando problemático, estavam se sentindo "soltos", sem conseguir seguir o curso das aulas.

Eu não sabia que o modo de dar aulas por aí ainda estava tão arcaico, pois o que eu fazia não eram tão moderno assim, acredito eu, pois alguns de meus antigos professores da PUCC já davam aulas assim, como eu estava fazendo, desde o final dos anos 90, e nós estávamos em 2009, mais de 10 anos depois.

Enfim, fiz com que entendessem qual era meu objetivo e onde eu queria chegar. A grande maioria estava encantado com os temas focados na psicologia e passaram a entender melhor as bases das relações interpessoais. Recebia bilhetinho de como estavam sendo boas as aulas, verdadeiros momentos de reflexão crítica e a percepção de como a psicologia era importante para o entendimento de tudo.

Primeira prova? Em dupla, discursiva, com 4 questões, analisando aspectos do filme “O Sorriso de Monalisa”, com Júlia Roberts. Filme que para mim deflagra o quanto somos manipulados pela cultura e costumes e o quanto a arte pode nos ensinar, nos libertar.

O filme fala de uma professora de História da Arte, Catherine Watson, que sai de sua idade e vai para uma outra, ensinar numa escola para moças. Com o tempo, a professora descobre que alí é um centro de formação de donas de casa instruídas. Mas o seu desejo em ampliar os horizontes daquelas moças não acaba e ela enfrenta todas as dificuldades impostas por um pensamento religioso, ortodoxo da instituição e da sociedade da época, mas consegue mostrar que existe a possibilidade de um futuro mais enriquecedor para muitas delas e que existem outras escolhas.

Catherine Watson fala de arte de modo formidável, doce, inteligente. É um filme encantador, apaixonante e Júlia Roberts está, como sempre, linda, exuberante.

Os outros meses de minhas aulas se seguiram com legislação. Pessoas dizendo como haviam se tornado menos interessantes os temas, mas tínhamos que seguir a ementa do curso, a segunda parte do semestre com legislação, de modo mais formal.

Os alunos devem ter entendido como é mais gostoso o “método mais moderno”, o “método mais livre”, do livre pensar.

Ao final de semestre, percebi algo bastante interessante, coisa de filme, ou melhor, coisa de consciência da realidade futura que influencia na escolha do filme e coisa de filme que influencia também a realidade. Estava fazendo um percurso bem perecido com o da professora Catherine Watson, pedindo demissão da faculdade para ir a Itália no final do mesmo semestre, tentar validar meu diploma, fazer uma  nova pós-graduação, conhecer a família e a cidade de meu noivo, trilhar novos e mais ousados caminhos e, seguramente, conhecer a Capella Sistina de Michelangelo.

Cintia Liana

... E em outubro de 2011 conheci o Louvre e a Monna Lisa.

Foto: Cintia Liana no Louvre Museu em Paris, na frente da Gioconda (Monna Lisa),
pintura mais famosa de Leonardo da Vinci

 Foto: Filme O Sorriso de Monalisa. Google Imagens.

Por Cintia Liana

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