É tão interessante a óticas das pessoas. Tenho amigos de todos os jeitos, procuro não julgar, só prezo pela honestidade. Interessante é o que eles acham de mim. Tem uns que me acham simples demais, acham que "não tenho cara de baiana", que não tenho a ver com o lugar que eu valorizo e tenho orgulho de ter nascido. Tenho também os que me acham metida, pensam que não gosto e não aceito o lugar onde nasci e cresci.
Começo a achar que sou um ser bem difícil de compreender. Se não me olharem com aceitação e sem querer achar rótulos fica difícil mesmo, é assim com todo mundo.
Nessa história de ser de um lugar tão estigmatizado e turístico, cada vez mais faço questão de saber diferenciar bem a cultura popular da cultura de massa. Diferenciar a simplicidade do mau gosto.
Ter sensibilidade para apreciar a subjetividade de toda estética é necessário. Não encaixar em nossos próprios padrões de pré julgamentos é interessante, cria um mundo novo diante dos nossos olhos.
Nessa história de ser de um lugar tão estigmatizado e turístico, cada vez mais faço questão de saber diferenciar bem a cultura popular da cultura de massa. Diferenciar a simplicidade do mau gosto.
Ter sensibilidade para apreciar a subjetividade de toda estética é necessário. Não encaixar em nossos próprios padrões de pré julgamentos é interessante, cria um mundo novo diante dos nossos olhos.
Voltando para a Itália entendo que em minhas veias também pode morar o sangue europeu que herdei de alguns bisavós, mas sinto o quanto sou brasileira, mais que isso, sou baiana, sou mesmo de lá.
Sou feita das palavras de Jorge Amado,
constituída pelas canções de Caymmi,
pelas poesias de Castro Alves.
pelas poesias de Castro Alves.
Dos 8 aos 18 morei nas "tardes de Itapuã",
nos meus pés e na minha cintura moram o samba do recôncavo,
o ritmo do meu caminhar tem o som e o toque do atabaque e do bongô.
Sou boa de ginga e na capoeira não me desafie.
Cresci cantado.
Sou a mistura de Pedro e Walkíria,
mulher de Paolo, o mais novo ítalo-baiano,
eu sou assim.
Posso estar aqui,
posso me adaptar,
posso rodar o mundo,
mas meu ritmo eu sei qual é e sei valorizar,
eu sou menina baiana e esse brilho ninguém pode me tirar.
E tem mais: só quem é simples sabe enxergar.
Na fantasia de cada um eu posso ser o que elas quiserem,
mas eu tenho direito de ser e viver quem eu sou.
...E continuarei caminhando, descobrindo, transformando e sendo Cintia Liana.
Por Cintia Liana